Qual o valor da sessão?
- Maria Carolina
- 21 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Mensagens como essa chegam direto no meu WhatsApp. As vezes é seguida de um olá, às vezes não.
Eu entendo demais que quando procuramos por um serviço, querer saber o valor é importante.
Eu também pergunto. A questão não é essa.
Mas, me deixa intrigada o quanto essa é a força primeira. O interesse maior.
Se tratando de psicoterapia, o que estamos buscando quando o valor financeiro tem a maior relevância? Quando a primeira pergunta é sobre o valor da sessão?
Mais uma vez, não se trata sobre não se importar com o valor. Mas, a psicoterapia se trata de um processo, de uma relação e um vínculo que serão cocriados. Não deveria existir um interesse maior para além do valor financeiro? Uma busca aberta e disponível para experimentar o encontro? De sentir o encontro? Experimentar o valor do encontro para depois entender qual a relevância e o lugar do valor financeiro?
Dificuldades financeiras existem? Com certeza. Capitalismo e desigualdade social come nosso couro. A clínica também busca democratizar o acesso à psicoterapia com valores simbólicos e sociais, e muitas vezes gratuitos. Diversos espaços e profissionais estão dispostos e engajados nessa democratização.
Dia desses estava procurando por terapia e supervisão. Deixei de perguntar o valor? Não.
Mas, estava disposta a experimentar o encontro, e inclusive conversar sobre as possibilidades financeiras no próprio encontro.
É no encontro que te permite compreender o lugar do valor financeiro.
Qual a chance que você concede à psicoterapia para além do valor?
O valor é o divisor de águas?
Muitos discordarão de mim, boto fé que sim. Mas, se ao buscar por terapia, você enxerga primeiro o valor, então te digo de coração, você não está buscando iniciar um processo psicoterapêutico.
Faço uma grande observação a respeito daqueles que têm de fato condições financeiras, mas querem conceder à psicoterapia o lugar de ser um serviço a se pagar pouco.
O mesmo também vale para o profissional. A partir do momento que o terapeuta fecha todas as possibilidades para discutir sobre as condições financeiras da pessoa quem busca o serviço, também não está engajado e comprometido em oferecer psicoterapia.
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