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Relações de baixa manutenção.

Relações de baixa manutenção.


Dia desses uma pessoa a qual admiro profissionalmente fez uma discussão a respeito desse novo termo - baixa manutenção. Fiquei pensativa, porque de fato me peguei identificada na crítica que ela fez. Sim, a carapuça me serviu.


Grande parte do nosso tempo está ligado à correria do trabalho, ao dever, às responsabilidade, aos deverias e obrigações. Tudo isso no campo da GRANDE manutenção. Da grande dedicação. A lógica neoliberal não permite baixa manutenção, se não bicho pega.


Mas para as coisas que furam, que permitem brechas para o descanso-refúgio, que nos fazem sair do olho do furacão, essas recebem baixa manutenção. Pouquíssima disposição. A cada 3, 4, 5 meses, ou mais, bem mais. Relações que podem nos energizar, nos desviar, ficam em segundo plano. Quando dá, e olhe lá.


Eu entendo, a lógica da produtividade e a rotina de trabalho cansam. Sugam, ao ponto que para nos dedicarmos as atividades e pessoas que estão fora desse ritmo, quase não temos mais energia.


Mas quando se trata de produzir, a gente sempre tenta tirar um pouquinho mais de energia. Vai que dá. Um trabalho aqui, um curso ali. Outro estudo lá. Mais um pouquinho de trabalho cá. A gente dá um jeito.


O cansaço que vira preguiça, que vira desinteresse, que vira um desleixo.


"Não tem necessidade de se encontrar com as pessoas sempre".


Não estamos falando do sempre, mas já estamos falando do quase nunca. Eventos anuais. Esporádicos. Raros.


As coisas raras da vida - pelo menos eu considero que estar com quem a gente ama fazendo o que gosta é coisa rara, mas de preciosidade mesmo - na maior escassez.

 
 
 

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