Sentir não é fofo.
- Maria Carolina
- 13 de ago. de 2024
- 1 min de leitura
A gente tem falado muito do afeto.
Comida com afeto
Clinica com afeto
Espaço para o afeto
Parece a coisa mais bonita do mundo. De fato, dar espaço aos afetos não deixa de ser bonito. Mas como bem diz a maravilhosa professora @gisleide.sena, sentir não é nada fofo. Afeto é capacidade de se afetar, sentir os atravessamentos do mundo em nós, e:
Sentir pode doer
Pode queimar
Pode desorganizar.
Pode vir bem feio mesmo.
Sentir e se afetar não têm uma organização, não tem harmonia ou critério. A enxurrada só vem sem pedir nenhuma licença. Não se escolhe o que sentir. E se não se escolhe, então nem tudo são rosas.
Afeto não tem nome. É da ordem do indizível. Quase não consegue se explicar. Expresso no corpo. Pode ser perturbador, angustiante.
Não tem doçura ou fofura no sentir.
Se fosse tão fofo, não estaríamos tentando nos ocupar e nos alienar como uma fuga...
Clinica dos afetos tem a ver com sustentar o efeito do afeto no outro, e na gente. O quanto a gente consegue sustentar a desorganização, queimadura, perturbação, agonia e dor que atravessa no corpo do outro?
Tem muita beleza em ser corpo-sustento, mas não só. Tem beleza em ser corpo de afeto, mas não só
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